sábado, 22 de fevereiro de 2014

A ESCOLA DE DONA MENA CAMARGO

            Dona Ismênia Marçallo Camargo, que eu não conheci, e que, ao jogar seu nome no google descobri ser a mãe do ex-vice-governador, senador, deputado e homem público paranaense Affonso Camargo Neto, fundou em 1958 uma escola no Tarumã, em Curitiba. Ela e o padre Rosolino Rossi criaram esse educandário para crianças muito pequenas e que recebeu o nome de "Jardim de Infância Nossa Senhora de Fátima". Nem lembro como esse álbum comemorativo do primeiro ano da escola veio parar em minhas mãos. Tanta coisa me é trazida todos os dias que às vezes me esqueço da origem. O importante é que foi salvo, veio parar aqui em meu acervo, e  o divulgo porque julgo importante o trabalho que essa senhora fez à época, ainda mais que a escola ainda existe até hoje, só que com outro nome, o nome de sua fundadora.             O Centro de Educação Infantil Mena Camargo (Mena era o apelido carinhoso dado à sra Ismênia) é uma escola privada e está situado na rua Cel Irazê Paes Brasil, 130, no Tarumã, Curitiba.  A entidade mantenedora é Ass. N.S.de Fátima de Assistência a Crianças e Idosos, declarada de utilidade pública por leis federal e municipal.

O ÁLBUM

              Esse álbum tem uma importância especial por mostrar as atividades de uma creche em plenos anos 50 na Curitiba que não existe mais. Fotos de atividades escolares geralmente são raras, quanto mais de uma creche, e essa série mostra a vida daquelas crianças e professoras no dia-a-dia em detalhes deliciosos. A fotografia com as garrafas de coca-cola é única. Aquela com a geladeira que acabavam de ter recebido em doação também é de uma beleza inigualável. Aquela região onde as fotos foram tiradas hoje está cercada de edificações e as fotos mostram como era bonita naquela época.   Não visitei a escola ainda mas vi fotos na internet que atestam que alguma coisa permanece inalterada, como a imagem de N.S.de Fátima, cujas fotos no álbum são de uma beleza comovedora.  Bem, basta de palavras, vamos às imagens.   Espero que sejam vistas pelos professores de hoje, diretores e alunos. Espero mais, que quem sabe alguns aluninhos daquela turma de 1959, hoje senhoras e senhores quase sessentões, também vejam e se alegrem com essa viagem ao passado. Se isso acontecer, para mim terá valido a pena.

Autorizo o uso com expressa citação da fonte



























         




Paulo José da Costa
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Proteja a memória, ensine as crianças a amar as fotografias. 
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sábado, 15 de fevereiro de 2014

UM SOLDADO QUE NÃO VOLTOU


       Não se sabe quantos, nunca saberemos, as famílias escondem. Mas muitos brasileiros, filhos de alemães, levados pela propaganda, pela lavagem cerebral, pelos conselhos paternos, e, lógico, muitas vezes com verdadeiro amor pela antiga pátria de seus avós, se alistaram e seguiram para a Alemanha nos anos de 1935 a 1939.  Nas colonias alemãs espalhadas pelo solo brasileiro, muito jovenzinho foi se juntar às tropas hitleristas e muito poucos retornaram.  Outro dia vi a história de um brasileiro que luta no exército dos Estados Unidos. Isso é comum em todos os países. Quantos não se alistaram para lutar ao lado dos republicanos na guerra civil espanhola ?   Quantos espanhóis não se alistaram para lutar ao lado da Alemanha ?  O exército alemão tinha regimentos compostos por quase todas as etnias, onde os voluntários pelo regime se alistavam.Cada etnia tinha seus proprios distintivos, que as destacavam das demais.  Havia legiões francesas, holandesas, inglesas (pasmem) e até russas.   Não soube da existência de um regimento de soldados oriundos do Brasil, parece-me que eles se alistavam e eram enviados a diversas unidades do exército regular, a maior parte delas - infelizmente para eles - na Rússia.   Em suma, tenho a impressão que serviam de bucha de canhão, pois que era sabido que na Rússia o soldado tinha pouca chance de retornar.   Pois foi o que aconteceu com esse jovem que resolvi homenagear com essa postagem, trazendo-o à luz.   Sai agora do anonimato um rapaz que se deixou levar pelos hinos e bandeiras e se alistou para nunca mais voltar. Quem sou eu para condená-lo por servir às hostes hitleristas ? E morreu, pagou caro e não me cabe julgar. Quero só mostrar sua história e dizer sim, que houve brasileiros que lutaram do outro lado. Um deles é esse moço, Helmut Rössle, que tombou em 25.7.1941 num lugarejo que nem consta nos mapas das frias estepes russas, chamado Sterebianko (ou Serebrinsky - Rußland, como um colaborador escreveu nos comentários, mas nada encontrei tambem ). Se alguém localizar, que me informe, pois quero colocar aqui no blog. Agradeço por quaisquer informações, pois à medida que descobrir dados irei colocando aqui. Esse blog é uma maravilha, permite edições, acréscimos, uma maravilha nunca sonhada no passado. 

Pois então, recebi hoje, 21 de agosto de 2020, 6 anos após esta postagem, uma correspondência por e-mail de RICARDO BRUNO, que me repassou as seguintes e preciosas informações sobre o nosso biografado:

"Descobri que vários brasileiros lutaram a favor do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, dentre eles, três de Curitiba e vários de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
 
Ao verificar sobre o um soldado de sobrenome Roessle, encontrei a sua postagem sobre o soldado que não voltou.
 
Helmuth, que está registrado com o nome de Hermann Roeßle (Roessle), nascido em 27/11/1917, com a graduação de Gefreiter (equivalente a Cabo) e morreu em 25/07/1941, em Serebryanka, que é o nome de um rio, perto da da região de Moscou, na Oblast (equivalente à estado ou província) de Smolensk. Ele está enterrado em um cemitério lá mesmo.
 
Já o irmão Oswald Eugen Albert Roessle, nascido em 27/11/1916, igualmente com a graduação de Gefreiter e morreu com quase um mês de diferença, em 21/08/1941, em Urchakowa. Não encontrei a localização certa, mas ele está enterrado em Dukhovshchina, em uma cova coletiva onde há um cemitério militar montado pela Volksbund, associação responsável pelos túmulos de militares alemães ao redor do mundo. Veja as fotos: http://www.volksbund.de/kriegsgraeberstaette/duchowschtschina.html
 
Pela data e região de falecimento, concluí que os dois morreram durante a Batalha de Smolensk, de 1941.
 
O outro soldado de Curitiba, é Kurt Rieth, nascido em 01/11/1915, também com a graduação de Gefreiter, morreu em 07/08/1943 e está enterrado em Orel.
Pela localização e data da morte, morreu durante a Batalha de Kursk, de 1943."

Agradeço ao Bruno !


E vamos ao que mais tenho no momento sobre o pobre Helmuth.

A INFÂNCIA FELIZ EM CURITIBA

nos anos 1920, ao lado da amiga Karola Tiepelmann, falecida há uns dois anos e que infelizmente não pude entrevistar

os dois irmãos, que ao que consta, também se alistaram e não retornaram





       
o futuro soldado da Wehrmacht ao lado da Irmã, Renate, em 1925

O SOLDADO DA WEHRMACHT, HELMUTH RÖSSLE

a última foto de Helmuth Rössle
no verso da foto, a inscrição feita por seu pai, "tombou em 25.7.1941 em Sterebianko"



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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

ALBERTO ENTRES E SUA LIVRARIA NA VELHA FLORIANÓPOLIS

             Há alguns anos dirigi-me a uma chácara nos arredores de Curitiba onde um casal de simpáticos descendentes de alemães me ofereceu livros para venda. Foi um prazer enorme conviver por poucas horas naquele ambiente hospitaleiro, tomar um café gostoso numa casa repleta de pinturas e objetos do passado. O homem era um dos dois filhos do livreiro e homem culto catarinense Alberto Entres e, conversando com ele, foi-se desfiando uma história deliciosa e interessante.  Foram aflorando lembranças de infância e ele me mostrou fotos e filmes antigos que contavam as peripécias de seu pai.  Gentilíssimo, o casal me cedeu os filmes AGFA em 16 mm para telecinagem e também me passou as fotos que, infelizmente, por estarem num galpão úmido fora da casa, tiveram grande porcentagem de perda.  Como eu lamento quando chego tarde nesses lugares !  Mas, do que reuni consegui montar um pequeno mostruário de uma vida que se confunde com a história de Santa Catarina nos anos 30. Espero que gostem do material que vou repartir com vocês.

NESTES FILMES, A FAMÍLIA ENTRES EM CASA 


            O Sr. Entres com amigos, os dois filhos brincando com animais, que existiam em profusão na chácara da família em Florianópolis, colheita de frutas e preparo de doces na cozinha... Como era gostoso se viver naquele tempo...




ALBERTO ENTRES FILMAVA E FOTOGRAFAVA SEUS PASSEIOS

Aqui uma viagem pelo litoral de Santa Catarina, com destaque para Balneário Camburiú. Este filme tem feito sucesso em meu canal do youtube, mais de 18.000 vistas.  Parece pouco frente aos virais por aí, mas em se tratando de um filme mudo histórico o resultado é expressivo.


A LIVRARIA CENTRAL

              Fundada em 1910, a Livraria Central não era apenas uma livraria, era também editora. Ela existiu até pouco depois da segunda guerra, quando o sr. Entres faleceu e ela mudou de nome e de proprietário.  Há um sítio na WEB que conta a história da livraria em detalhes. Felipe Matos escreveu em 2005 "Uma Ilha de leitura: Notas para uma história da cidade através de suas livrarias, livreiros e livros (Florianópolis,1830-1960) Há um  capítulo que fala em pormenores sobre a Livraria Central, inclusive as tentativas de sua destruição pela turba nacionalista na primeira e na segunda guerras mundiais. -http://www.pergamum.udesc.br/dados-bu/000000/000000000000/0000006A.pdf .

                   Minha postagem pode ser vista como um complemento à história ali contada, ou vice-versa. Quem quiser saber detalhes da livraria (e de todas as outras livrarias antigas de Floripa, deve mergulhar

COMO ERA A LIVRARIA DA FAMÍLIA ENTRES

este álbum de fotografias foi feito no jubileu de prata da Livraria Central, em 1935.  Além de cenas do interior da loja, mostra as oficinas de impressão, seus funcionários e cenas externas. Uma viagem.























AS VIAGENS DO SR ALBERTO

             Albert viajava muito e teria deixado uma coleção enorme de fotos mas infelizmente 90% se perdeu num galpão com infiltrações. Aqui vai uma seleção das remanescentes.  É um documento precioso porque mostra as estradas catarinenses à época (anos 20/30/40), além de muitas vistas de cidades e grupos de moradias e colonos. Em algumas aparecem o fordeco visto no filme aí em cima, o que prova serem da mesma fonte.  Quanto aos postais não posso assegurar que sejam efetivamente do fotógrafo Entres, mas a Livraria Central editava postais e os coloco como de sua possível autoria, até manifestação em contrário, pelo que agradeço. De qualquer forma, todos esses postais e fotografias estavam no galpão. Sendo ou não de autoria do Sr. Alberto, pouco importa, o que é interessante é o resgate das imagens, muitas delas inéditas e únicas.  Enfatizo a necessidade de se citar a fonte caso sejam reproduzidas por aí.  
   











campos novos

campos novos

campos novos - herval

CAÇADOR

CAÇADOR

CAÇADOR


CRUZEIRO DO SUL

ESCOLA DOS PADRES FRANCISCANOS E HOSPITAL DE CARIDADE - LAGES

ESTRADA ENTRE ITAPOCU E JOINVILLE

ESTRADA LAGES - CURITIBANOS 1928

FARINHAS MUELLER - PALHOÇA C

FOTO JOHANNES FUHRMANN

FUMOS CRICIÚMA

MATCH FUTEBOLÍTICO ENTRE HERCILIO LUZ FC E AMERICANO UNIVERITÁRIO

MATCH FUTEBOLÍTICO ENTRE HERCILIO LUZ FC E AMERICANO UNIVERITÁRIO

Adicionar legenda

BALSA EM ITAJAHY

DESASTRE DE OMNIBUS EM ITAJAHY

JOINVILLE - FOTO DE HOFMANN

JOINVILLE - FOTO DE HOFMANN

JOINVILLE - FOTO DE HOFMANN

laranjeiras 1941

MINA UNIÃO EM CRICIÚMA

ORLEÃS

ORLEÃS




represa

RIO BONITO MARÇO 1928

RIO BONITO


RIO CAÇADOR


RIO CAÇADOR




NA ESTRADA EM 1930




















SITIO EM PERIMBÓ



URUSSANGA

villa concordia



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